BioStrepto

O negócio propõe uma solução inovadora e sustentável a partir da reutilização da manipueira, resíduo líquido gerado na produção de farinha ou fécula de mandioca para fabricar biossurfactantes.

Esses compostos, livres de matéria-prima petroquímica, permitem misturar e estabilizar soluções de difícil combinação, como óleo e água.

O empreendimento estava inicialmente voltado ao mercado cosmético.

Atualmente, a solução da Biostrepto passou a focar no setor agro e está sendo desenvolvida em um projeto piloto, antes da escala industrial. O projeto envolve comunidades locais que descartam a manipueira, um resíduo que é tóxico e pode contaminar rios e solos.

Figura 9 - Logo da BioStrepto
BioStrepto
Fonte: @biostrepto. Imagem da Logo da BioStrepto. Instagram, 19 fev. 2024. Imagem da internet. Disponível em: https://www.instagram.com/p/C3h9LSRL-h9/?img_index=1. Acesso em: 28 maio 2025.

Cacauaré

É uma empresa familiar feita por mulheres. Em 2020, Noanny, suas irmãs Naianny, Neilannny e a mãe Nilce iniciaram o negócio produzindo licores, geleias e doces a partir dos frutos do terreno familiar em Mocajuba, no Pará.

Ainda em 2020, as empreendedoras começaram a atender produtores de chocolate interessados nas amêndoas do cacau nativo de várzea, procuradas por sua qualidade superior na fabricação de chocolates finos. No entanto, enfrentaram um desafio: com 5 toneladas de cacau armazenadas, o mercado tradicional estava saturado pela importação do produto da África.

A Cacauaré se consolidou como uma empresa especializada em produtos 100% de cacau nativo da Amazônia para cerimônias. A marca lançou uma linha que inclui massa de cacau 100%, chocolate cerimonial em barra 70% e uma versão vegana 45% e o melaço de cacau para adoçar. Também introduziram ingredientes especiais, como a pimenta indígena WaiWai, em parceria com a Copaflora, reforçando a autenticidade da bebida amazônica.

Ademais, a Cacauaré expandiu sua atuação para cursos e experiências imersivas, para resgatar tradições culturais que celebram o cacau como um elemento transformador da vida cotidiana.

Figura 10 – Logo da Cacauré
cacauare
Fonte: CACAUARÉ AMAZÔNIA. Imagem da logo da Cacauré. Imagem. [S. l.]: Cacauaré Amazônia, [s.d.]. Disponível em: https://www.cacauareamazonia.com/. Acesso em: 28 maio 2025.

Biospin

A startup sediada em Manaus surgiu com o propósito de criar uma solução inovadora para o tratamento de feridas complexas, como as de pacientes diabéticos.

Liderada por Andrey Marcos, professor universitário e pesquisador com doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais, a startup utiliza do conhecimento acadêmico para desenvolver um produto que combina alta tecnologia e com a valorização dos bioativos da Amazônia.

O curativo bidimensional é baseado em uma membrana de nanofibra feita de polímeros biocompatíveis, atóxicos, biodegradáveis e incorporados com ativos amazônicos. Esses bioativos possuem propriedades antimicrobianas, bacteriostáticas e cicatrizantes. O curativo é projetado como um substituto temporário da pele, tratando e atuando como barreira de proteção contra infecções.

No mercado brasileiro, curativos avançados geralmente são importados, com custos elevados, que podem chegar a R$150,00 por unidade. A Biospin oferece uma alternativa competitiva e acessível, com um preço estimado de R$47,90, facilitando o acesso a terapias inovadoras, inclusive para o SUS.

O atual entrave para o desenvolvimento do projeto no mercado envolve, agora, barreiras regulatórias para poder escalar a produção.

Ybirá Company

A startup sediada em Tocantins é pioneira na transformação de resíduos do babaçu e de outros frutos amazônicos em biomateriais avançados, como bioplásticos.

Os produtos em desenvolvimento são biodegradáveis e atendem à crescente demanda por soluções sustentáveis em diferentes mercados.

Incubada no Instituto Federal de Tocantins, a ideia inicial dos fundadores, Ricardo de Souza e Carla da Silva, ambos professores e pesquisadores dessa instituição, era criar embalagens a partir de subprodutos do babaçu, resolvendo um problema da geração de resíduos e agregando valor à cadeia produtiva local. Essa proposta nasceu da proximidade com a Cooperativa Multifuncional de Economia Solidária de Xambioá, de quebradeiras de coco.

Contudo, a demanda do setor agro por hidrogéis e revestimentos para cápsulas de medicamentos, que podem incluir características antioxidantes e antifúngicas, redirecionou o foco da Ybirá para um mercado que se mostra promissor.

A mudança de foco fez os empreendedores voltarem à fase de desenvolvimento e testes dos produtos - resistência, testes mecânicos, solubilidade e degradação em solo. Além disso, como produtos de hard science, buscam parcerias estratégicas para impulsionar o desenvolvimento.